CAFE DA TARDE
Ao lembrar do querido passado
Uma enorme saudade os pensamentos, invade
Nos idos dos rincões do Rio Pardo amado
O odor característico do café da tarde.
Por volta das três e meia
Lá em casa pelo menos era assim,
A dona Maria montava uma mesa inteira
Nem que fosse servir só pra mim.
E assim era o dito e feito
E todas as casas seguiam o rito
Pão d’água, manteiga e leite, perfeito
Sem faltar é claro, o cheiro do bolo frito.
Este então era o vira-tripa do vivente
Espalhava-se pela vizinhança
Quando largado no azeite quente
Aguçava a barriga de adultos e crianças.
Os parentes e amigos lá de fora
Quando vinham na cidade para a vida acertar
Chegavam, casualmente na hora
Do café da tarde tomar.
Não sei como isto começou
Só sei que se tornou tradição
Daquelas saudosas tardes que o tempo levou
Deixando o motivo e o aroma marcados no coração.