Versos cortantes

 

Os meus versos têm gumes, têm arestas,

Não foram feitos para acariciar...

Riscam o mundo em linhas modestas,

Mas ao toque, ah, sabem sangrar.

São palavras de lâmina, afiadas,

Que às vezes, escondem o que sou,

E noutras, revelam em rajadas

Um tanto do que ainda restou.

Não são para os dedos desavisados,

Nem para olhos que temem o saber;

Meus versos,

São cacos mal-intencionados,

Do espelho que insisto escrever.

E ao lê-los, quem sabe, se fira,

Mas não por maldade nem dor.

Só porque as palavras esquecidas,

Machucam por pura falta de amor.

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 08/11/2024
Reeditado em 09/11/2024
Código do texto: T8192427
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