O Rastro dos Tropeiros

No estrondo dos cascos, no pó do caminho,

Segue o tropeiro, de olhar decidido,

Lá vai o gaúcho, valente e sozinho,

Desbravando o pampa, no rumo perdido.

O vento minuano acaricia a fronte,

Enquanto a boiada desfila imponente,

Cruzando coxilhas, subindo o horizonte,

Num rastro marcado, bravio e latente.

Traz o cheiro da terra e o peso da estrada,

Carrega na alma o silêncio profundo,

Das noites sombrias, sem cama e sem nada,

Só o céu estrelado e o frio oriundo.

Cada pisada, um marco na história,

De um tempo de luta, de fibra e ardor,

Onde o mate aquecido acalma a memória,

E o tropeiro descansa do árduo labor.

Ah, tropeiro do sul, teu passo é saudade,

E a poeira que ergues, legado de fé,

És parte do campo, és parte da idade,

Que o vento levou, mas a gente não quer.

Fica o rastro no chão, o eco na serra,

E a lenda contada no fogo de chão,

Dos homens que uniram o sul e esta terra,

Num destino traçado, por braço e por mão.

Assim segue o tropeiro, no tempo e no espaço,

Em cada lembrança que o pampa guardar,

Deixando no vento o eterno compasso

De um gaúcho destemido, a tropeada a honrar.

Thiago Sasso
Enviado por Thiago Sasso em 06/11/2024
Código do texto: T8190824
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