Palavra de Campo e Vento

De Érico, veio o tempo, o vento e a história,

Na voz dos Terra e Cambará, cravada na memória.

A saga que o campo canta, ecoa em cada rincão,

É o solo de um povo livre, guardado no coração.

Simões Lopes, o Neto, com seus contos do sul,

Desenhou nas coxilhas o gaúcho puro e nu.

No rastro do campo aberto, de lenda e tradição,

Resgata o nosso folclore com verdade e paixão.

Mário Quintana, poeta de asas, simples e preciso,

Na rua dos cataventos, fez do verso seu abrigo.

Com as palavras leves, nos deu seu doce encanto,

Em cada poema, um sorriso, um pouco de espanto.

Cyro, o filho da pampa, o gaúcho a pé cantou,

Nas histórias de gente simples, sua pena elevou.

Mostrou a lida e a espera, a poeira e a solidão,

Do peão e do homem da terra, na luta e no chão.

Luis Fernando, com humor, fez do cotidiano magia,

Cronista das coisas leves, da ironia e da alegria.

Em cada linha, um retrato, um riso de entender,

É a vida que pulsa perto, é o riso de viver.

Moacyr, com sua pena, teceu fé e tradição,

No Bom Fim das ruas largas, um pedaço de chão.

Entre centauros e sonhos, histórias fez brotar,

A vida entre culturas, no pampa a se enraizar.

E Cheuiche, trovador de lutas e estâncias,

Deu voz a Sepé e aos campos, em eterna constância.

Dos rincões e das coxilhas, à peleja e ao rincão,

Seus versos são resistência, são grito e são canção.

Assim, cada escritor plantou sua história e raiz,

Na pampa que o vento leva, onde o campo diz:

São vozes do Rio Grande, eternas na palavra,

No livro que o sul escreve, em cada verso que se crava.

Thiago Sasso
Enviado por Thiago Sasso em 25/10/2024
Código do texto: T8181758
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