O Fogo de Chão

No coração da estância, o fogo arde manso,

Chama antiga que aquece, guardião de cada rancho.

É ali que o gaúcho senta, mateando em comunhão,

E em torno da brasa viva, renasce a tradição.

O fogo de chão não é chama qualquer,

É memória que perdura, é história que se quer.

É nas brasas que se assam, os causos do passado,

Cada faísca é um verso, cada fumaça um legado.

O estalar da lenha é música antiga,

Que embala conversas, sem pressa, nem briga.

Ali, se partilha o pão, se reparte o sentimento,

No fogo de chão, o gaúcho encontra alento.

Entre um gole de mate e o calor da grelha,

Contam-se histórias da vida, de lida e centelha.

Cada labareda carrega uma lembrança,

De tempos idos, mas vivos, no peito que alcança.

É o fogo que une, que faz o gaúcho lembrar,

Que a tradição é eterna, no flamejar do lar.

Ali se fazem promessas, ali se firmam laços,

O fogo de chão é raiz, é braço dos antepassos.

Nas noites longas do pampa, o fogo ilumina o rincão,

É farol de cultura, é chama e coração.

Enquanto o fogo arder, a tradição vai viver,

Nas estâncias do sul, onde o gaúcho é ser.

E assim, segue a chama, queimando o velho chão,

Guardando o que é sagrado: história, amor e paixão.

O fogo de chão é mais que calor,

É a alma do gaúcho, aquecendo o interior.

Thiago Sasso
Enviado por Thiago Sasso em 23/10/2024
Código do texto: T8180423
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