O Som da Gaita e da Milonga
No silêncio do pampa sereno,
O vento se acalma e logo se escuta,
Uma gaita que chora suave e pequena,
A milonga que embala a noite matuta.
Os dedos deslizam em suaves carinhos,
Puxando a saudade de tempos passados,
E o som que se espalha pelos caminhos
É o eco dos dias já distantes, calados.
A gaita é a alma que canta a memória,
Dos bailes antigos em salões de chão,
Onde a milonga traçava sua história,
Nas marcas da bota e do coração.
Cada nota que soa no ar do rincão,
É como um lamento que não quer partir,
A milonga é dança, é sonho, é canção,
Que faz o gaúcho sorrir e sentir.
E assim segue a gaita, no compasso da vida,
Marcando o tempo que o pampa ensinou,
Na milonga, o gaúcho encontra a guarida,
E o sul no seu peito para sempre ficou.