Rio Grande de Bravura e Tradição
Do sul veio o vento cortante,
Rasgando o campo, semeando história,
Nasce o Rio Grande, gigante e constante,
Guardião das suas lutas e glórias.
Em tempos de lança e punhal,
Forjaram-se heróis, cavaleiros leais,
Peleando por chão e ideal,
Na terra dos pagos, das lidas ancestrais.
Ecoam as vozes dos Farrapos,
Que bradaram por liberdade e valor,
Na alma gaúcha, um laço nos trapos,
E a chama crioula, acesa no amor.
Das charqueadas às fronteiras,
O gado pastou ao sabor do vento,
Cresceu entre sangas e coxilhas altaneiras,
A estampa do sul, esculpida no tempo.
E o chão se encharcou de suor,
Das mãos calejadas de quem trabalhou,
Na lida campeira, sob o sol e o suor,
O gaúcho destemido o campo moldou.
Hoje, a modernidade toca o coração,
Mas não cala a voz que canta o passado,
Nos fandangos, ainda ressoa a canção,
Que exalta o gaúcho firme e obstinado.
Pois o Rio Grande é mais que paisagem,
É história, cultura, um berço de fé,
É a força que brota da velha passagem,
De um povo que vive e peleia de pé.
Então, celebro o pago que me embala,
Com orgulho e respeito pela tradição,
Pois o Rio Grande é sangue na fala,
É o laço apertado do meu coração.