Xucros
São xucros estes que andam alheios ao tempo em que vivem,
Carregados de experiência da lida bruta dos campos.
Campeiros são estes tantos que ganham a vida a cavalo e agradecem ao fim do dia de ter a vida por regalo.
Herança de antepassados que desbravaram coxilhas,
Que pelearam em descampados
Pela liberdade caudilha,
Escrevendo a suor e sangue a história do nosso estado.
Ainda vivem estes homens naqueles que lhes sucedem, peleando agora sem guerra,
Enforquilhados nos bastos sob o sol e mormaço ou nas madrugadas frias,
Na dura lida do dia nas estâncias de fronteira.
Encilham cavalos buenos,
Andam pilchados a capricho,
Lida de campo por ofício e também por vocação, costumes e tradições dos que andaram no mundo e que hoje vivem nos tantos com raízes de passado.
Quem preserva sua raiz tem por certo identidade, conserva a integridade e repassa ensinamentos da enciclopédia do tempo chamada experiência, garantindo a suas descendências a mesma continuidade.
Campeiros estes que sabem as previsões da natureza, conhecem bicho da chuva e benzeduras antigas, sabem de plantas venenosas e curandeiras também.
“Ovelha que não conhece miumiu, o fim por certo já tem.”
Se escassearam a bem da verdade estes que aqui vos digo, mas não se encontra perdido está a linhagem caudilha.
Enquanto existir campeiros, vive o sangue Farroupilha.