esquina de gente
Que bela é aquela rua
feita de memórias esquecidas, lixo e piche
De gente que usa a calçada como cama
árvores como telhado
e faz do banco seu psicólogo
Sigo caminhando por essas histórias
vomitada em cada esquina
A cada passo
solto um verso no vento
um verso sensível e um tanto esperançoso
Não sei
em qual momento
mas
em algum momento
em algum instante
em alguma rua andada
esquina escura
ou
esquina de gente
por algum lugar
tudo se perde de si
A um passo da loucura que lhes tomou
me vejo não tão distante dali
Talvez estejamos
a meia dúzia de orações descrentes
de distância