esquina de gente

Que bela é aquela rua

feita de memórias esquecidas, lixo e piche

De gente que usa a calçada como cama

árvores como telhado

e faz do banco seu psicólogo

Sigo caminhando por essas histórias

vomitada em cada esquina

A cada passo

solto um verso no vento

um verso sensível e um tanto esperançoso

Não sei

em qual momento

mas

em algum momento

em algum instante

em alguma rua andada

esquina escura

ou

esquina de gente

por algum lugar

tudo se perde de si

A um passo da loucura que lhes tomou

me vejo não tão distante dali

Talvez estejamos

a meia dúzia de orações descrentes

de distância

Paloma Albuquerque (Rabiscos)
Enviado por Paloma Albuquerque (Rabiscos) em 01/07/2024
Código do texto: T8097863
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.