O Andante
O andante vaga solito,
Nos campos e matas,
Deste Rio Grande infinito,
Buscando fazer ninho nas palavras,
E retratar o que tem de mais bonito.
O gaúcho continentino,
O paisano,
É um corcel indomável,
Que traz no seu peito xirú,
Um coração afável,
E um amor por esta terra,
Que não cabe dentro de si,
Muito menos em vãs composições,
Que moram adstritas nas palavras,
E que compõe ricas versificações.
No assoviar lindo da cotovia,
É um som natural,
Algo que rememora às lembranças boas,
É a pura magia,
Desta pátria sulina,
Que abriga uma riqueza cultural sem par.
E o andante vaga,
Juntando aqui e ali,
Até uma simples baga,
E viver...
A vida tem muitos solavancos,
Não é tropel sossegado de um zaino,
Está mais pra potro xucro,
Que teima em cabrestiar.