O verso do Tatu que faltava
Preciso confessar minha admiração pela poesia oral do Rio Grande do Sul. Essencialmente o tatu, sua saga, nascimento, vida e morte. Épico da imaginação que nos remete aos tempos remotos da sociedade rio-grandense. Em algum momento de belas evocações o escritor e poeta Sérgio Caparelli, produziu em seus 111 poemas para crianças, editado em Porto Alegre pela L&PM no ano de 2008, versos de imagens sucessivas de rara beleza, resgatando este personagem maravilhoso. Longe de escapar da melodia não pude conter o meu desejo de juntar-me ao ente fabuloso atraído profundamente. De todas as expressões ingênuas, eivadas de lirismo, percebi nele um momento singular: surge pronto, quase sem começo, daí sua força inaparente maravilhosa e mítica. Quis então lhe dar gênese tão simples aos seus costumes nos seguintes versos:
O tatu acorda cedo
Saltita dum sonho lindo,
Quando sai pra ver o sol,
Percorre o dia sorrindo.