O HOMEM DO PITO PRETO
Me segurei na bengala
sentei no sofá da sala
pra tomar meu chimarrão
recordando com saudade
dos tempos da liberdade
de a cavalo num tição
hoje já estou frangote
campereando no trote
por volta dos setenta e cinco
me mudei pra cidade
ando cheio de vaidade
no velho rancho de zinco
quando chove tem goteira
mas ao chiar da chaleira
ascendo meu pito preto
pois o tempo não para
passo uma água da cara
e meto a carne no espeto
fico contando lorotas
de quando morava nas grotas
nos cafundós do rincão
sou bem louco da ideia
abraço a nega véia
e encho mais um chimarrão!
escrito as 07:03 hrs., de 27/10/2021 por