MIL NOVESSENTOS E POUCO
Eu nasci em mil novecentos e pouco
num tempo muito louco
embora o céu azul
terra meia sem dono
ainda quase que ao abandono
este era o Rio Grande do Sul
guerras e revoluções
conheci alguns patrões
com quem trabalhei de peão
era quase uma escravatura
eu gostava de rapadura
e de tomar chimarrão
lá na terra missioneira
que é onde faz fronteira
com a república argentina
na divisa o rio Uruguai
hoje a lembrança de mim se vai
de uma china correntina
que roubei de contra bando
atravessei o rio nadando
trazendo no lombo a Manuela
sobre os tiros da chandarmeria
nos salvamos eu e a guria
hoje moramos numa cidadela!
escrito as 08:12 hrs., de 07/08/2021 por