Chegada

Chegada

Vagueio pelas cordas feito equilibrista,

À procura da nota definitiva

E de um acorde justo...

Do sol, roubo-lhe a clave;

Da lua, a embriaguez;

Do ocaso, um resto de saudade

E a esperança que virá

Em sonhos invasivos.

Ah! Essa minh'alma travessa

A acreditar que o amor existe

E recolher o que de melhor se fez

Para preparar-te o caminho.

Nada direi deste amor que me engrandece!

Parco é o vernáculo que se me encolhe

Ao traduzir o que a alma vê

E o coração transborda!

Versos... cantigas...

Reinventemo-nos para

Tocar sua essência indecifrável

E habitá-la por estes jardins!

Plantarei flores, se preciso for...

Trarei os colibris e as andorinhas,

Estrelas e pirilampos...

Semearei amores em teu âmago

E sorrisos em tua face.

Despertai-vos velhas pautas adormecidas!

O amor vai passear por entre primas e bordões

Já de longe tatuados neste coração-poema.

A vida?

Uma canção regida pela esperança,

A mesma que a afaga como a brisa leve

Ao longo dos caminhos por onde,

Muito breve, ela vai chegar...

E há de chegar por uma pausa,

Quando toda a sinfonia se aquietará

Com o encanto indelével desse instante.

Bem-vinda, amada Primavera!