GAUDERIANDO

No lombo do meu cavalo

é que vivo bem contente

em noite de lua cheia

ou em dia de sol quente.

Cavalgando pelo Sul

ou lá pela banda Norte

debaixo de chuva mansa

ou de um chucro vento forte.

Gosto da lida de campo

de viver sem ter fronteira

de dar um dedo de prosa

de porteira em porteira.

Não tenho morada certa

nem tenho qualquer apego

meu chapéu é meu abrigo

minha cama é o meu pelego.

Sou peão acostumado

nesse mundo a andar sozinho

no lugar onde anoiteço

de vereda faço o ninho.

Atravessei o Rio Grande

no meu cavalo Guri

quem quiser me encontrar

estou andando por aí.

(Homenagem a meu primo Nilton Angenor, parceiro de cavalgadas)