MATEANDO SÓLITA
Hoje acordei cedo
Preparei meu chimarrão
Fiquei mateando sólita
Pensando...como é triste a solidão!
Me bateu uma baita saudade
Quando eu mateava com meu pai
Um gaúcho dos quatro costado
Chegado a uma boa prosa
Contava causos e muitas histórias
Uns era verdadeiros
Outros era mentira
Mas eu ficava atenta e nem me importava
Pois já é de tradição
Todo contador de causo tem muita imaginação.
Lembro que no inverno
Ele vestia o poncho
E me chamava para sentar pertinho
Me tapava com o poncho
E me passava o chimarrão
E falava, com carinho
Fica segurando a cuia
Para aquecer a mão!
Eu ficava olhando para o meu pai
Que já estava velhinho
A saudade que eu ia sentir
Quando não tivesse mais ao meu lado
Ele que me ensinava tanta coisa
Com sua experiencia de vida
Pois muito cedo eu perdi
Minha mãezinha querida!
E o tempo passou apressado.
Hoje eu mateio sólita
Pois meu pai deve estar
La mateando na estancia do céu
Eu fiquei por aqui meio ao léu
Mas ninguém é eterno
Eterna é a saudade
E os bons conselhos que recebi
È meu velho pai...
Eu ainda continuou por aqui
Mantendo nossa tradição
Carregando uma baita saudade
Aconchegada no meu coração!