O VINTE DE SETEMBRO: OS FARROUPILHAS

Era um ideal de liberdade,

De igualdade e fraternidade.

O lema mais universal

E sem igual.

Um grito que ecoou na pampa

E retumbou na história...

Mas foi uma jornada ilusória,

na busca de uma utopia,

e que acabou vazia....

Como sonho nasceu

E como sonho morreu.

Apenas a esperança não feneceu.

Nos corações dos heróis,

Ela permaneceu e brilhou,

Longe, no horizonte da pátria,

Como faróis, mostrando,

Um clarão de insatisfação,

De um povo altaneiro

Que habita por inteiro

Na província de São Pedro.

E por longos dez anos

O Rio Grande do Sul mergulhou

Numa luta desigual, inglória.

A pampa inteira sangrou,

Manchou com o sangue

Dos Farroupilhas,

As páginas da história.

Todo o Rio Grande chorou,

Numa luta onde não houve

Vencedores, só perdedores.

Ainda hoje se escuta,

Nas noites frias de inverno

Quando a geada cobre de branco,

Este torrão que será eterno,

O minuano trazendo em lamentos,

O choro das crianças e das mães,

Filhos procurando pais,

Mães recolhendo filhos,

Que tombaram nos campos,

E passaram da vida para a história,

As quais guardamos na memória,

Num relicário de emoções,

Como uma herança de valentia,

Persistência, amor a terra e galhardia,

Deixado para as novas gerações.