MADRUGADA DE CHUVA

Choveu a noite passada

Pingos tristes, insistentes

Chuva forte, apressada

Em seu ritmo inclemente

Cada lufada de vento

Farfalhava na ramada

Parecia um evento

Um balé na madrugada

O susto que se tomou

Logo depois do clarão

A casa inteira acordou

Com a tormenta de verão

Pelas tantas, foi-se a luz

Não tem fim a enxurrada

Tal de vela, reza e cruz

Pedindo paz e mais nada

De manhã, a chuva acabou

Rescaldos de noite longa

Aos poucos, o sol se firmou

Nos acordes desta milonga

Bruno Seligman de Menezes
Enviado por Bruno Seligman de Menezes em 16/12/2018
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