GAÚCHA TCHÊ
Sou gaúcha tradicionalista
me criei em galpão,
Ouvindo trovas de repentistas
enquanto a gauchada tomava chimarrão.
O carreteiro no fogo de chão cozinhava
Para os cavaleiros desgarrados,
enquanto o papai, as garras arrumava
e irem no desfile dos farrapos.
A pilcha, botas, esporas brilhando
tudo estava arrumado,
ha! falta o lenço, branco
as vezes encarnado.
Cavalos encilhados
peiteira, lombilho, pelego
cincha, e os laços pendurados,
e o mango do lado esquerdo.
Eu de vestido de prenda saia
num faitinho enfeitado,
na Av Bento Gonçalves o desfile seguia
com orgulho e amor pelo meu estado.
Na volta era, uma baita correria,
meu pai vinha na frente para fazer o churrasco
as tripas na costela, a barriga vazia
eu sentava o relho, e a égua batia casco.
O melhor nos aguardava
depois de tiras as garras dos matungos
um bom chimarrão cevava,
com fome, saia resmungos.
Ha!...tchê, se te conto, tu te baba
lá vem a costela de ovelha,
eu esperava sentada
o melhor pedaço, papai dava pra fedelha.
assim é que me criei,
outro dia conto mais
da vida de gaúcha, que amei
que não esqueço jamais.