O TROPEIRO

Eu conheci um tropeiro

que a boiada ia levando,

e com aquele dinheiro

a família sustentando.

Em seu cavalo montava

e vinha se despedir,

os seus olhinhos brilhava

sorria até sem sentir.

No campo ele corria

um boi baio desgarrado,

mas nada ele temia o seu pingo colorado.

No rancho quando chegava

eu corria, para abraça-lo,

nervosa eu esperava

que ele desce-se do cavalo.

Da maleita ia tirando

erva e bolacha campeira,

o ponche, faca eu ia pegando

a cuia, a bomba, e a chiculateira.

Mamãe fazia o chimarrão

enquanto eu lhe olhava,

tirando o arreio do campeão

um banho ele lhe dava.

Um dia veio a jamanta

cheinha de boiadeiro,

deu-lhe um nó na garganta

perdeu o emprego o tropeiro.

A jamanta carregada

de boi por ele passou,

uma lagrima amargurada

dos seus olhos derramou.

Desde aquele dia

o mundo para ele acabou,

lembra com tanta agonia

as tropeadas que amou.

Quando ele olha para mim

vejo no seu rosto amigo,

que ele não era assim

naquele tempo antigo.

De orgulho eu encho o peito

tropeiro honesto e sincero,

para mim tu és o primeiro

e te ver um dia eu quero.

De falar em ti sinto prazer

tropeiro, que maravilha,

para o mundo posso dizer

desse gaúcho eu sou filha.

Homenageou o tropeiro

os teus atos de bravura,

para mim tu és o primeiro

querido BOAVENTURA.

HOMENAGEM AO

BOAVENTURA LOPES DOS SANTOS

DIANA LUIS
Enviado por DIANA LUIS em 22/08/2017
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