LIDA

O galo cantado

Anunciando outra manhã,

Eu “solito” mateando

Sob a copa do tarumã

Amanhã se espichou longa

Couro estaqueado e arreio ensebado

Assoviando uma milonga

De parceiro, o cusco oveiro.

A tarde vem se aquerenciando

Desemalo os arrieios e pego a gateada

Pro campo vou me bandeando

Pra repontar a vaca pesteada.

Logo descamba a boca da noite

A indiada de vereda se entoca

Caindo a geada fazendo açoite

E a friagem que o minuano provoca

Cevo um amargo, por ali fico

Pensando em causos, na lida e assombração

E um cerne de angico

Queimando em fogo de chão...

DOM GASPAR MARTINS
Enviado por DOM GASPAR MARTINS em 09/08/2007
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