LANCEIROS NEGROS
Garrão de paria sulina
Santa terra bem dita
Tantos bentos Gonçalves
E valentes belas anitas
E o rio grande seu moço
E o azul a perder de vista
Terra que foi cenário
De derrotas e conquistas
Revoltas e clarinadas
Arrancadas e atropelos
Indiada montada em pelo
Negros de lança comprida
Firme empunhada na mão
Na garganta grito de guerra
Em defesa deste chão
Aos clarins de trinta e cinco
Rio grande ensaguentado
Mães perderam filhos
A legiões de desgarrados
Por tantos filhos sem pai
A coragem teve um preço
Pra liberdade dos povos
a mártires e heróis do passado
Na desumana carnificina
O triste fato asucedido
Na batalha de porongo
Lanceiros negros traídos
Mãos limpas e como animais
A adagas e lanças sacrificados
O sangue inocente ensopou
O sagrado santo chão colorado
Sobe o comando do então
Francisco pedro de Abreu
Reconhecido algós da degola
a matança negra aconteceu
Ficou um lacuna na historia
Mortos sem dó nem piedade
Na enganosa busca por alforria
no inocente sonho da liberdade