Na calma do Rancho
Aqui na calma do rancho
Puxo a memoria do tempo
Casario altas portas e janelas
As canções dos cataventos
e as sombras floridas dos ipês
O tronco das macieiras
Os mistérios do pajonais
Na rubra flor das corticeiras
No jardim da casa grande
florescidas camélias e jasmim
Posam borboletas coloridas
Com sua assas de cetim
O canto sonoro das cigarras
Ressonando pelos confim
Os grilos trinando sobre o capim
Lá no alto das coxilha
A gadaria pastando
Na liberdade dos campos
A potrada retosando
E tarde,o sol vai se escondendo
Por de traz do horizonte
rebanha nuvens cor de vinho
No seu eterno reponte
A lua grade mete a cara
Pra clarear a noite escura
Espiando entre as nuvens
No chão desenha figuras
na sua altivez desliza soberana
Como dama das alturas
Faz sonhar os enamorados
derrama encanto e ternura
enquanto a estrela cadente
risca o céu no infinito
com seu brilho incandecente
deixa um réstia de luz
a sumir por trás dos montes
como se fosse acender o sol
para um novo amanhecer
pra o milagre do sol nascente