Meu pago
Quero voltar a meu pago
Antes do fim do ano
Quero domar potros xucros
Que a muito tempo não domo
Sentir o soco dos basto
E um potro corcoveando
Tomar um mate gordo
Na sombra dos cinamomos
Amansar boi pra canga
E pegar no coice do arado
Levantar de manhã cedo
No campo rebanha o gado
Tirar leite na mangueira
Que a muito tempo não faço
E fazer um toro bravo
Dobrar no golpe do laço
Tratar os porcos no chiqueiro
E dar milho pras galinhas
Cortar lenha de machado
Pra o fogão da cozinha
Tomar café de chaleira
Antes de clarear o dia
Quero fazer tudo aquilo
Que antigamente fazia
Quero reviver meu pago
Dos meus tempos de guri
Tomar banho de sanga
Caçar e pescar lambari
Comer araçá e pitanga
Das barrancas do jacuí
Ouvir o grito da seriama
E o cantar dos bem- te-vis