Meu ofício.
No lombo arcado de baguais que corcoveiam
de queixo solto, num sarandeio maleva,
eu sigo firme e não fujo da peleia,
é mesmo feio a situação que se trava.
Eu domo xucros meio na raça e coragem.
Monto ventenas pelos rincões, campo afora.
Firme no arreio, com botas garrão de potro,
enforquilhado, sustentado nas esporas.
Pelas fazendas, pelos rodeios, vou destrinchando minha lida.
Sigo fazendo com gosto o que aprendi pela vida.
Meu sustento sai do lombo suado destes ventenas,
Da mancha vermelha que fica grudada nas nazarenas.
Não é brinquedo enfrentar estes coiceiros.
Tem que ter fibra e tutano pra desdobrar o desterro.
Nos arriscamos meio por farra e por vício
nalguma garra no lombo destes coiceiros.
Quando um pavena se dobra, coiceando, dando pataços,
firmo no braço, no lombo destes baguais.
Não são normais estes coiceiros do pago.
São mal domados que não se ajeitam jamais.