ODE À TRADIÇÃO (Série Folclórica Memória) ROBERTA LESSA
- O que se há de fazer ? Diz o fazedor.
: Botarei na lida a felicidade mesmo sendo alvo de incapazes.
: Iludirei a fome de fazer com a esperança de vencer.
: Alumiarei com fazeres aquilo que recebi por dizeres.
: Unirei forças com aquele que sabe de todo meu valor.
: Calarei corações quando ausentar-me do que faço com emoção.
: Observarei meu feito enquanto com ele tirar meu sustento.
:Atenderei ao plantio em minha alma quando minha hora chegar.
- O que se há de fazer ? Diz o plantador.
: Botarei na terra a eternidade mesmo sendo alvo de sagazes. .
: Iludirei a fome de semear com a esperança de lutar.
: Alumiarei com dizeres aquilo que recebi por saberes.
: Unirei falas com aquele que sabe de todo meu temor.
: Calarei emoções quando ausentar-me do que planto com dedicação.
: Observarei meu plantio enquanto com ele tirar meu provento.
: Atenderei ao ben(di)zer em minha alma quando minha hora passar.
- O que se há de fazer ? Diz a benzedeira.
: Botarei na reza a intensidade mesmo sendo alvo de vorazes.
: Iludirei a fome de benzer com a esperança de prever.
: Alumiarei com saberes aquilo que recebi por conteres.
: Unirei caminhos com aquele que sabe de todo meu clamor.
: Calarei dedicações quando ausentar-me do que benzo com devoção.
: Observarei meu benzimento enquanto com ele tirar meu alento.
: Atenderei ao pescar em minha alma quando minha hora voltar.
- O que se há de fazer ? Diz o pescador.
: Botarei no rio a intensidade mesmo sendo alvo de algozes.
: Iludirei a fome de pescar com a esperança de velar.
: Alumiarei com conteres aquilo que recebi por poderes.
: Unirei sonhos com aquele que sabe de todo meu pendor.
: Calarei devoções quando ausentar-me do que pesco com retidão.
: Observarei meu pescar enquanto com ele tirar meu alimento.
: Atenderei à colheira em minha alma quando minha hora fincar.
- O que se há de fazer ? Diz o boia fria.
: Botarei no campo a unidade mesmo sendo alvo de vorazes.
: Iludirei a fome de colher com a esperança de crescer.
: Alumiarei com poderes aquilo que recebi por viveres.
: Unirei gestos com aquele que sabe de todo meu furor.
: Calarei retidões quando ausentar-me do que colho com precisão.
: Observarei meu colher enquanto com ele tirar meu intento.
: Atenderei à cura em minha alma quando minha hora muda.
- O que se há de fazer ? Diz a curandeira.
: Botarei na vida a claridade mesmo sendo alvo de revezes.
: Iludirei a fome de curar com a esperança de orar.
: Alumiarei com viveres aquilo que recebi por valores.
: Unirei crenças com aquele que sabe de todo meu fervor.
: Calarei precisões quando ausentar-me do que saro com intuição.
: Observarei meu curar enquanto com ele tirar meu unguento.
: Atenderei à viagem em minha alma quando minha hora navegar.
- O que se há de fazer ? Diz o marinheiro.
: Botarei no rio a paridade mesmo sendo alvo de albatrozes.
: Iludirei a fome de navegar com a esperança de voltar.
: Alumiarei com valores aquilo que recebi por dizeres.fazeres.
: Unirei remos com aquele que sabe de todo meu amor.
: Calarei intuição quando ausentar-me do que navego com coração.
: Observarei meu flutuar enquanto com ele tirar meu rebento.
: Atenderei ao fazer em minha alma quando minha hora pesar.
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NOTA DA AUTORA:
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- Olá estimado(a) leitor(a), sejam sempre bem vindos(as) e peço que, se possível enviem-me sugestões e ou dicas de melhor escrever,assim vamos trocando figurinhas literárias e eu agradecida, aprenderei muito e assim melhorarei minha escrita. Desde já agradeço mansa, imensa e intensamente.
Ah sim, interações são sempre muito bem vidas, pois eu adoro trocar gentilezas em forma de doces poesias.
Com "A" de Afeto, Roberta Lessa
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+++++++++++ LINDA INTERAÇÃO DE JACÓ FILHO ++++++++++
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"Da roça ao chão de fábrica
Vejo-me aos poucos desconexo,
Do matuto ao urbano complexo,
Faltando de Deus, as táticas..."
GRATIDÃO MANSA, IMENSA E INTENSA, ESTIMADO POETA DAS PALAVRAS SÁBIAS.