DANÇA DOS PRONOMES
DANÇA DOS PRONOMES
Eu, tu, ele, nós, vós e eles são
(Aprendemos) pronomes pessoais,
E jamais me esqueci da lição,
Mas estranho que, cada vez mais,
O você queira o tu acabar.
Mas o ti e o contigo resistem
E mantêm-se na mente e falar
Dos que aceitam você por mais chique.
“Você quer ter a sorte contigo
E que a ti se deem todos louvores”
É o que dizem do erro os amigos
Que desprezam da língua os primores.
Também vós por vocês foi trocado,
E convosco ficou vil, proscrito.
Só nas rezas, mantém-se invocados,
Nos sermões e discursos políticos.
Por que isso ocorreu c’os pronomes?
Terão sido influências nefastas
Ou modismos de avessos às normas
Da linguagem padrão, da gramática?
Eu reajo a tais erros protervos:
Tu e vós terão sempre guarida
Nos meus versos, nos textos que escrevo
E ao falar com pessoas amigas.