O Abrigar das Realidades
Quem desabriga-se da realidade
Nem sempre colhe insanidade
Pois percebe há tempos que já a vive.
É um colher dor em várias instâncias
Na música que cria nossas distâncias
De quem se consome por eras
Antes de nascido, antes das feras!
Quando meus olhos se abriram
Pois meus espectros conspiram
Desde o confabular da atmosfera
O átimo até que tudo se degenera.
Ainda que a loucura e a sobriedade
Se projetem numa quase irmandade
No íntimo há uma realidade que sobrevive.