Rodeio do Capivari.

RODEIO DO CAPIVARI

Eu recebi um convite

Não pude dizer que não

Pois senti um arrepio

Bateu forte o coração

Quebrei meu chapéu na testa

E prometi de ir festa

Para honrar a tradição.

Sábado levantei sedo

Fui preparar os mantimentos

Que eu tinha que leva

Pra usa no acampamento

Como estava acostumado

O cavalo foi encilhado

E o meu laço foi nos tentos.

Na hora de entrar no parque

Tinha que paga um real

Então fui puxar a grana

Todo cheio de moral

O bolso tava vazio

Minha carteira sumiu

Cheguei a me sentir mal.

O juares pagou a entrada

E deixou o carro estacionado

Eu não pensava noutra coisa

Fiquei muito preocupado

O relógio parece que parou

Só quando o caminhão chegou

Que me senti aliviado.

Corri até o Adair

Tive outra decepção

Disse que minha carteira

Não estava no caminhão

Sem dinheiro e documento

Senti naquele momento

Uma grande frustração.

Já que não tinha outro jeito

Procurei me acalmar

Entrei na carroceria

Para os cavalos pegar

Me deu um clarão na idéia

A minha carteira veia

A onde veio parar.

A carteira cheia de casca

O que não preocupou

Os amigos foram chegando

O tio Nilson nos visitou

O Douglas trouxe uma melancia

Nos com a barriga vazia

Só a casquinha sobrou.

O seu Jacir e o Josué

chegaram entusiasmados

O Gilberto com a esposa

Foi chegando lisonjeado

O Roni o Artur e o Gita

Com um litro de birita

E os olhos avermelhado.

O Edimilso com a família

Coisa rara de se ver

O Jurandir sem a mulher

Mas não podia se mexer

Com a marcação palmo a palmo

Quando escapava do Carmo

Tinha Débora pra li deter.

Na viajem dos cavalos

Que foram de caminhão

A dupla inseparável

Adair fraga e Chicão

Mais onze na carroceria

Quem com cuidado conduzia

Era o amigo Pedrão.

Formado o acampamento

Cevado o chimarrão

Na hora do carreteiro

O Gilberto deu uma mão

Foi arroz e carne cortada

E a comida temperada

Com cebola e pimentão.

Chegando para o almoço

O Pedrão soltou a franga

Ao avistar uma cobra

Na berada de uma sanga

Ui que baita cobrão

Me deixa passar a mão

Ele dizia pros capanga.

Depois da gente almoçar

A festa foi definitiva

Fomos pra beira da cerca

Com toda nossa comitiva

A gaita roncando no galpão

E o nervosismo do peão

Na armada definitiva.

Na apresentação campeira

Não gosto nem de lembrar

O narrador incentivando

E a gente só a errar

Até que desanimou

E pro seu Artur mandou

De presente um celular.

Depois daquele insucesso

Sem pegar nem uma armada

Me bandeei lá pro galpão

Onde a festa estava enfezada

Me apresentei ao locutor

E sai mostrando o meu valor

Recitando a gambasada.

O povo reconheceu

A vontade desse peão

Que descreveu em versos rimado

As belezas deste chão

Não se cansando de fala

No Município de Caraá

Sempre com muita emoção.

De noite a ginetiada

Que sempre foi atração

De onde se ouvia um som

Com muita animação

Era o Tche Barbaridade

Que pôr lá deixou saudade

Em sua apresentação.

A janta foi um churrasco

Com granito e costela assada

Pão d’água tinha a vontade

Acompanhado de salada

E só paravam de comer

Quando fosse pra beber

Uma cerveja bem gelada

Então começou o baile

Já quase de madrugada

Alguns cabra se juntarão

Para dar uma espiada

Merecendo até apanha

Não pagando pra entra

E nem dormindo quase nada.

No outro dia bem sedinho

Foi grande o arrependimento

Passei a noite dormindo

Dentro do estacionamento

Até que não dormi mal

Mas parecia um bagual

Maneado num quatro tento.

O chimarrão já meio lavado

Correndo de mão em mão

Um café preto meio amargo

Para acordar o peão

O seu Artur levando dura

Pôr guardar a pinga pura

Presa no seu cinturão.

A descontração era grande

Na base da brincadeira

Alguns desatando rede

Outros amarrando oreia

Mas na hora da verdade

Entrava a seriedade

E não tinha cara feia.

De repente uma visita

Para mim inesperada

Que trouxe mulher e filho

E se juntou com a peonada

Era o amigo Nestor

Um ilustre vereador

Da minha querência amada.

Ao meio dia outro churrasco

Assado pelo Pedrão

Onde todos matarão a fome

Comendo de prato na mão

De sobremesa poesia

Recitadas com alegria

Pôr este modesto peão.

Enquanto eu dizia verso

Aprochegou-se outro peão

Vi que estava bem atento

Prestando muita atenção

Era o Anselmo que vinha chegando

E com prazer me convidando

Pra uma apresentação.

O Anselmo é um cidadão

Que se mostrava emocionado

Falando sempre com carinho

Do lugar que foi criado

Exaltando esse pão

Na hora da declamação

Dos versos solicitado.

Depois fomos até a cancha

Pra mais uma apresentação

O Artur no seu petiço

Bem ferrado de rampão

Dizia égua não chora

Enquanto mais metia espora

Mais enterrava no chão.

Sem chance de classificar

Decidimos ir embora

Desmanchar acampamento

E partir estrada a fora

Uns dormindo outros cantando

Mas todo mundo pensando

Em chegar logo onde mora.

Neste verso a seguir

Faço um agradecimento

Para todas as pessoas

Do nosso acampamento

E digo de coração

Que tive a inspiração

Pôr Ter passado bom momento.

Para encerrar vou adiante

Depois que agradeci

Deixando transparecer

A alegria que senti

E desde já sinto saudades

Pois fiz muitas amizades

No rodeio do Capivari.

Poeta Edgar
Enviado por Poeta Edgar em 21/01/2016
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