Andando Pilchado na Cidade.

La pelo ano de 2001

O mês confesso que não lembro

Se foi pelo mês de outubro

Ou então foi em setembro

Mas conto este causo com gosto

Que pode Ter sido em agosto

Ou então lá pôr dezembro.

O que eu lembro muito bem

É que andava sempre pilchado

La no centro da cidade

Um chiru veio largado

Na base do upa e upa

Com uma mala de garupa

De um velho brim riscado.

Eu estava fazendo compras

De umas coisas diferente

Que aqui no interior

Não tem pra vende pra gente

Ia dizendo ala puxa

Pagava as coisas na bucha

E saia todo contente.

Ao passar na voluntários

Fiquei todo assanhado

Quando uma daquelas chinas

Até me pediu uns trocado

Confesso que fiquei faceiro

Mas fui andando ligeiro

Pôr ser muito desconfiado.

Fui andando naquela rua

Mas parece uma sina

Logo adiante fui parado

Pôr uma linda menina

Que me falou no ouvido

Vem ca Gaúcho querido

Minha ave de rapina.

Então eu me revortei

Pois nunca fui gavião

Fui dando um solavanco

Pra largar da minha mão

Mas confesso tive pena

De deixar aquela morena

Sem lhe dar uns agarram.

Andei pôr mais uma quadra

E cheguei num entroncamento

Sempre levando a morena

Dentro do meu pensamento

Se não tivesse me ofendido

E me quisesse pra marido

Já marcava o casamento.

Ai cheguei no mercado

A onde eu fui pra compra

Encontrei velhos amigos

Que ainda trabalhão lá

Disse a eles o que queria

E quando falei da guria

Chegaram a me assusta.

Um deles disse pra mim

Toma cuidado seu moço

Pôr onde tu passar

Com este lenço no pescoço

Cuida onde vai anda

Que alguém pode te ataca

Achando que tu é grosso.

Eu posso até ser grosso

Mas conheço o meu lugar

Cuido pôr onde eu ando

E também sei respeitar

O ser ou não respeitado

Cabe a quem tá do outro lado

E não sou eu quem vai mudar.

Hoje nem na nossa terra

Nós somos mais respeitados

Quando saímos de casa

Para ir pra qualquer lado

Fazem gato e sapato

Chamam de bicho do mato

O cabra que anda pilchado.

Sai dali preocupado

No que iria fazer

Mas levantei minha cabeça

Não deixei me abater

Fui ao ônibus embarcar

Passei no mesmo lugar

Exercendo o meu poder.

Poder este que eu falo

Que é um direito conquistado

O gaúcho com suas vestes

Passou a ser respeitado

Até nos órgãos principal

Já não é mais anormal

Um gaúcho andar pilchado.

Poeta Edgar
Enviado por Poeta Edgar em 08/01/2016
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