UMA SAUDADE APORREADA

Ritmo,Polca Paraguaia,Musicada e Gravado pelo Cantor e Interprete, Gustavo Netto,CD,o Sul que conheço,Produção,Marcelo Caminha.

já varava fevereiro

Principiava mês de março

Mateando ao pé da figueira

Ao rodeio dava um vistaço

Num chão marcado de casco

Todo bordado de imagens

por raios de sol que bandeavam

Entre as nesgas das folhagens

Minha alma escarceava

Como potro em reculuta

Ao lembrar da vida bruta

Do pó da tropa na estrada

Sol queimante e aguaceiros

De léguas sobre o lombilho

De zainos gateados tordilhos

No recavem das tropeadas

De quando em quando

O ponteiro chamava a tropa

Seguia o boi ao destino

Que ao nascer fora traçado

Ainda guardo na retina

Lembrança deste passado

Temperando-me saudade

Do bate guampa do gado

Hoje repasso a memoria

Quando o infinito bombeio

Amanso os olhos a distancia

Recorrendo o campo alheio

Brota-me um remorso no peito

Dos tempo que não tropeio

E uma saudade aporreada

Da lida bruta do arreio

Amanoseio a "morocha"

A velha cuia mateira

O mate de erva lavada

Um resto de sombra e figueira

Esvai-se a tarde, finda o dia

De céu lobuno ao poente

Queda de sol escarlate

Sanguinolando e morrente

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 07/01/2016
Reeditado em 07/01/2016
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