UMA SAUDADE APORREADA
Ritmo,Polca Paraguaia,Musicada e Gravado pelo Cantor e Interprete, Gustavo Netto,CD,o Sul que conheço,Produção,Marcelo Caminha.
já varava fevereiro
Principiava mês de março
Mateando ao pé da figueira
Ao rodeio dava um vistaço
Num chão marcado de casco
Todo bordado de imagens
por raios de sol que bandeavam
Entre as nesgas das folhagens
Minha alma escarceava
Como potro em reculuta
Ao lembrar da vida bruta
Do pó da tropa na estrada
Sol queimante e aguaceiros
De léguas sobre o lombilho
De zainos gateados tordilhos
No recavem das tropeadas
De quando em quando
O ponteiro chamava a tropa
Seguia o boi ao destino
Que ao nascer fora traçado
Ainda guardo na retina
Lembrança deste passado
Temperando-me saudade
Do bate guampa do gado
Hoje repasso a memoria
Quando o infinito bombeio
Amanso os olhos a distancia
Recorrendo o campo alheio
Brota-me um remorso no peito
Dos tempo que não tropeio
E uma saudade aporreada
Da lida bruta do arreio
Amanoseio a "morocha"
A velha cuia mateira
O mate de erva lavada
Um resto de sombra e figueira
Esvai-se a tarde, finda o dia
De céu lobuno ao poente
Queda de sol escarlate
Sanguinolando e morrente