CAMPEIRO

Pala branco sobre o braço

Olhar preso na distancia

O céu bebendo horizontes

Na imensidão das distancias

Meus olhos de Céu e querencia

Vislumbram sobre as coxilhas

O verde manto colorido

Do campo sobre as flechilhas

Meu flete trocando orelhas

Num compasso ritmado

Vou assoviando uma vaneira

A um tranquito abagualado

Junto a sombra do cavalo

A Cuscada meus parceiros

Seguem o rasto da gado

E meu destino de tropeiro

A tropa vai se estendendo

Dobrando a curva na estrada

Num conserto de casco

Segue mugindo a boiada

No ritual da gadaria

Vem murmurio das canhadas

Ressoa a reza dos campos

No berro da animalada

O sol sanguinolento se apaga

Quado a noite engole o dia

Propaga-se uma briza mansa

Com requintes de magia

O céu reveste -se de estrelas

Encanta-me o lume da lua

Vem lembranças das caricias

Da amada bugra charrua

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 18/12/2015
Reeditado em 12/05/2022
Código do texto: T5483683
Classificação de conteúdo: seguro