CAMPEIRO
Pala branco sobre o braço
Olhar preso na distancia
O céu bebendo horizontes
Na imensidão das distancias
Meus olhos de Céu e querencia
Vislumbram sobre as coxilhas
O verde manto colorido
Do campo sobre as flechilhas
Meu flete trocando orelhas
Num compasso ritmado
Vou assoviando uma vaneira
A um tranquito abagualado
Junto a sombra do cavalo
A Cuscada meus parceiros
Seguem o rasto da gado
E meu destino de tropeiro
A tropa vai se estendendo
Dobrando a curva na estrada
Num conserto de casco
Segue mugindo a boiada
No ritual da gadaria
Vem murmurio das canhadas
Ressoa a reza dos campos
No berro da animalada
O sol sanguinolento se apaga
Quado a noite engole o dia
Propaga-se uma briza mansa
Com requintes de magia
O céu reveste -se de estrelas
Encanta-me o lume da lua
Vem lembranças das caricias
Da amada bugra charrua