OS VAQUEANOS
Vinha a peonada a tranquito
Pateando o poncho nas botas
Contando causos bavatas
A chuvarada foi braba
No aconchego das casa
Fogo grande no galpão
Um costilhar sobre as brasas
Seu anastácio um tio velho
Quase oitenta inverno
índio taura puro cerno
Guasca campeiro muy taita
Enfiou o cabresto na gaita
E cantou em toada serena
Sou vaqueano e não me entrego
Nos arreios sou um prego
Quando escoro minhas chilena
Do seu gauderiar sólito
Foi assim num despacito
Relatando sua história
Macanudo tempo de glorias
Do ginetaço que foi
E agarradito nas ilheiras
Mais firme que carrapato
Numa papada de boi
Esgaçando a gaita velha
Num tino de índio macho
E afivelado nos baixos
Foi puxando da memoria
Sentindo um nó no pescoço
Lembrava, peleias e gauchadas
Das chinas e namoradas
Que teve em tempo de moço