MATEAR SOLITO
Um naco de sol poente
Entre as nuvens sobressai
Tingindo o céu cor de vinho
Na tarde mansa que cai
Cá do rancho me parece
Um maragato largado
Ao longito estendendo
Rubro lenço colorado
Na calma do fim do dia
Me achego ao fogo de chão
Rechego a tora de angico
Paciente junto ao fogão
As labaredas taludas
Lampejam todo o galpão
Como flamulas douradas
Sobres as ponta do tição
Pego a cuia ajeito a erva
E a capricho vou sevando
Com carinho calço a bomba
De prata e ouro bordada
E me ponho a matear sólito
Ate alta madrugada
Bate um um silencio profundo
Bela falta de uma parceira
Mesmo sendo índio guasca
Só afeito a lida campeira