A ESTRADA DO POETA
A noite dura, do poeta é a sua estrada
Nela sopra-se um vento que vem de sua alma
Faz-lhe deitar no papel, seu rosário de penas
Nas asas do silencio que lhe roubam a calma
Segue-o pelo seu carrossel de pensamentos
Tecendo rimas, parindo palavras e sentidos
No desejo de poder revelar algum sentimento
Reproduz nos outros, o que nele vai escondido
Ele se abraça à solidão que lhe doura os versos
Neles tudo põe o que sua lente se impregnou
Escamoteando os tormentos e tormentos
Nas esteiras de um sonho que nunca sonhou
Segue o poeta na sua loucura, acorrentado
A procurar na poesia a tão desejada estrela
O amor impossível jamais encontrado
Este é o teatro enganoso do seu coração
Onde ele lapida nas palavras movediças
Os caminhos tortuosos de sua emoção!