Hei De Ter Porções De Amores

Não choro mais estas lástimas lágrimas

De se viver como louco entre a vida mal amada

Empresta-me teu peito oh anjo de noite sagrada

Quero ausentar o corpo de minha pobre alma!

Ah, meu bem, fui fardo pesado e frágil

Mas te amei sem sentir por assim escárnio!

Deixo-te a saudade se ainda existir afago

Acendo um cigarro para esse ultimo descaso

Ouso dizer que não sei meu estado

Calado e vazio contido em estrago

Sei que penumbro em sentido o retrato

De doces lembranças e beijos guardados

Eis que me lembro de que não sou tão culpado

E que de mim e das tantas passei a ser injuriado

Desprezado ainda canalha e ignorado

Não sou e não oro amores roubados

Encontro-me com a vida e outros valores

Hei de ter porções de amores!

Para acalentar o que me resta em hoje

De bem ou mal de morte ou nome.

Lucas Alves de Araújo
Enviado por Lucas Alves de Araújo em 16/07/2014
Reeditado em 14/08/2014
Código do texto: T4884671
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