Hei De Ter Porções De Amores
Não choro mais estas lástimas lágrimas
De se viver como louco entre a vida mal amada
Empresta-me teu peito oh anjo de noite sagrada
Quero ausentar o corpo de minha pobre alma!
Ah, meu bem, fui fardo pesado e frágil
Mas te amei sem sentir por assim escárnio!
Deixo-te a saudade se ainda existir afago
Acendo um cigarro para esse ultimo descaso
Ouso dizer que não sei meu estado
Calado e vazio contido em estrago
Sei que penumbro em sentido o retrato
De doces lembranças e beijos guardados
Eis que me lembro de que não sou tão culpado
E que de mim e das tantas passei a ser injuriado
Desprezado ainda canalha e ignorado
Não sou e não oro amores roubados
Encontro-me com a vida e outros valores
Hei de ter porções de amores!
Para acalentar o que me resta em hoje
De bem ou mal de morte ou nome.