Despeço-me, Mamãe

Oh mamãe me deixes um pouco nessa vida

Para que eu passeie por ai sentindo a dor de uma partida

Cresci mamãe, tu não viste?

Acaricia em meus braços um beijo de despedida

Guardo em meu peito tuas ladainhas

Dos conselhos mais ditos enquanto se tinha

E o meu choro calado nas noites em que não dormia

Quero esquecer por ai essa agonia!

Minha mãe não me procure em nenhum canto

Estarei em becos talvez que seja em prantos

De amores perdidos que eu zelei sem encanto

Ai de mim! Que não te escutei enquanto infamo!

Eis que a mortalha desgraçada da morte me chama

Ela canta para mim nossas doces façanhas

Despeço-me, mamãe, como filho de tua horta

Lhe deixando saudades e algumas lembranças.

Lucas Alves de Araújo
Enviado por Lucas Alves de Araújo em 10/07/2014
Código do texto: T4877323
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