Despeço-me, Mamãe
Oh mamãe me deixes um pouco nessa vida
Para que eu passeie por ai sentindo a dor de uma partida
Cresci mamãe, tu não viste?
Acaricia em meus braços um beijo de despedida
Guardo em meu peito tuas ladainhas
Dos conselhos mais ditos enquanto se tinha
E o meu choro calado nas noites em que não dormia
Quero esquecer por ai essa agonia!
Minha mãe não me procure em nenhum canto
Estarei em becos talvez que seja em prantos
De amores perdidos que eu zelei sem encanto
Ai de mim! Que não te escutei enquanto infamo!
Eis que a mortalha desgraçada da morte me chama
Ela canta para mim nossas doces façanhas
Despeço-me, mamãe, como filho de tua horta
Lhe deixando saudades e algumas lembranças.