De onde nasceu os poemas
Não sei o sentido do poema
Talvez venha das cantilenas ?
Vem das lembranças morenas?
Ou venha do coração, por pena?
O poema nasce etéreo
Por si tem algum mistério
Que tem cisma ou rosário
Mas nasce as vezes ao contrario...
Vem do avesso, do jeito...
De algum outro trejeito.
Nasce por respirar, por respeito
Talvez do silencio por floreio?
As vezes vem dos sorrisos.
As vezes vem de algum riso...
Tem vezes que nasce por isso
Ou aquilo por ser preciso.
O poema pode vir da alma
Que pelas horas mais calmas ...
Tem em si tudo e espalma
Revirando a calma, e a rima...
O poema as vezes, de campo.
As vezes de outro tempo.
Pra quem ainda de olhos limpos
Cativos como pirilampos
Que se abrem como se tivesse, luz...
Trazem a sua própria, cruz...
E por cada linha se traduz
Na alma sozinho, se conduz...
As vezes morre, as vezes nasce...
Por horas quieto renasce
Na vida se entrega e as cresce
Por mais que não se pense...
De onde terá vindo poesia?
Terás vindo nas alegrias...
Terás vindo nas rebeldias...
Ou nos verso de porfia?
Entre a luz que vem de ti...
Nos faz, por ti... oque vivi..
E assim dentro da alma vi,
De tudo que ainda não senti...
Poema xucro sem métrica
Talvez nas cismas por ética
Vem de alma mais poética
A contar do campo, por épica...
No momento as vezes bruto...
Fala da tudo, as vezes mudo...
Muda, num segundo, num minuto,
Por ainda sem sentido, te escuto...
Pela voz do vento a dizer...
Algum sentimento, a se escrever...
Busca nos mates, na canha, ver..
Que não se pode ver ou ter.
Cisma com a luz em segredo.
Conta e mostra algum medo
Vai morar nas pontas dos dedos
De quem tem alguns recuerdos...
Bota tenência, aos sábios...
Nasce entre os meus arreios.
Nos em todas chamando nos aboios
Chamando a ponta, em floreio...
Poema de onde terá vindo?
Talvez de algum canto fugindo?
Mesclado a um alguém sorrindo...
Vem talvez, dá lua... se abrindo?
As vezes poesia se perde em partida...
Volta a ter pingos de muda, e duvida,
Dos sonhos dos olhos por ida
Por ter a sua alma outra cisma de vida...
Mora nas canetas dos capital.
Vive pelas flores do banhadal...
Sabe de luas e de temporal
Renasce como se fosse atemporal...
O vento será que te carrega poesia?
Poema... em fulgor de na vidência
Da clarevidencia por ausência
De alguma outra querência...
Não tem pátria nem bandeira...
Entrega assim, por verdadeira
A cada canto, nos chamados de eira eira...
Por ter cismado em ser sem fronteira...
Não é extensão do braço...
Mas sabe de pealos de todo o laço...
Sabe quieto o verso, que não faço.
E guarda num canto, quando esqueço...
De onde nasceu? talvez do céus...
Morando sob as copas dos chapéus
Veio neste talvez pelo escarcéus
Mostrando como se tivesse véus...
Talvez saibas das minhas cantilenas
Das coplas a alguma morena.
Sabe cantos e choros das chilenas...
Mas de onde tu veio, poema?