Tempo
Ouve um tempo...
Não agora, mas no passado,
Em que o direito era direito
E que o dever era sagrado.
Ouve um tempo, em que
O respeito era a base de tudo
E o xucrismo tinha seu valor.
Um tempo onde pelear por um ideal,
Era motivo de orgulho
E a injúria, era riscada de adaga.
Saudades daquele tempo,
Onde a bravura não era sinal de crueldade
E a ingenuidade era virtude pura.
Tempo dos nossos avós,
Bisavós quem sabe.
Tempo, onde o próprio tempo
Passava lento, arrastando-se por entre a coxilha.
Aprendizes do tempo somos nós,
Filhos da ignorância xucra
Que nos cega os olhos e a alma,
Que decapitam cabeças,
Com a navalha do bagual modernismo
De uma fraudulenta ilusão.