Inspiração do mate

Chimarrão Bueno que sorvo,

Ao entardecer do dia.

No campo ou na cidade,

Ele me faz companhia.

Seja de manhã ou à tarde,

Não importa a hora do dia,

Sorvo o amargo com orgulho,

Sem sombra de galhardia.

Contemplo a bela querência,

Com olhar mistificado,

Com a cuia seio moreno

E a água quente do lado.

A cambona já chiando,

No braseiro chama ardente,

Com fagulhas igual vaga-lumes,

Alumiando os olhos da gente.

A lua pousou no campo,

Beijando a relva molhada,

Dando mais brilho a coxilha,

Até a próxima alvorada.

É hora de recolher-se,

Chega de contemplação,

Amanhã o sol invade,

As frestas do meu galpão.

Mais um mate irei tomar,

Fazendo a reflexão,

Que só é Gaúcho quem contempla,

As coisas do meu rincão.

Andrisa Scholz
Enviado por Andrisa Scholz em 10/02/2014
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