Inspiração do mate
Chimarrão Bueno que sorvo,
Ao entardecer do dia.
No campo ou na cidade,
Ele me faz companhia.
Seja de manhã ou à tarde,
Não importa a hora do dia,
Sorvo o amargo com orgulho,
Sem sombra de galhardia.
Contemplo a bela querência,
Com olhar mistificado,
Com a cuia seio moreno
E a água quente do lado.
A cambona já chiando,
No braseiro chama ardente,
Com fagulhas igual vaga-lumes,
Alumiando os olhos da gente.
A lua pousou no campo,
Beijando a relva molhada,
Dando mais brilho a coxilha,
Até a próxima alvorada.
É hora de recolher-se,
Chega de contemplação,
Amanhã o sol invade,
As frestas do meu galpão.
Mais um mate irei tomar,
Fazendo a reflexão,
Que só é Gaúcho quem contempla,
As coisas do meu rincão.