MANANCIAL
Num manancial de ternura
Quando te olhei, tu me olhavas
E um pealo se preparava
Para alguma aventura.
Mas, não ficou só no olhar:
Te convidei para a dança
Porque a minha esperança
Era poder te abraçar.
Um Chamamé... uma rancheira,
Eu aguentei o desejo.
Mas dei o primeiro beijo,
Numa chinchada vaneira.
Muito mais que uma loucura
Foi o nosso aconchego
Pois ainda em meus pelegos
Vivemos nossa aventura.
Pois quando os olhares se batem,
Com sentimento no peito,
Não tem maneira e nem jeito:
Não há ninguém que desate.
O Patrão Velho deu sorte
Para ti e para mim
Por que separar-nos, enfim,
Só se for depois da morte.