"corpo véio esgalepado II"

Como um índio sobrevéve

Com essa tal invernia

Porque nem a água chia

Prá tomá um chimarrão

Fui fazê o meu sopão

Com legume congelado

“Corpo veio esgalepado”

Meta lenha no fogão.

As corrente da carroça

Na hora deu atrelá

Não consegui segurá

Pra enganchá na peitera

Até parece bestera

Mais eu me vi enbretado

“Corpo veio esgalepado”

No Rio Grande geladera.

Quando cheguei lá na roça

Pra mode arrancá aipim

Me deu um trosso ruim

Doeu cabeça e nariz

De tanta força que eu fiz

Fiquei desacursuado

“Corpo veio esgalepado”

Tem gelo inté na raiz.

Resolvi cortá uma cana

Pois tenho que tratá os bicho

Sô gaúcho e não me micho

Pra uma bruta situação

Cheguei prendendo o facão

Do "ferrero afamado",

“Corpo veio esgalepado”

Só sobrô o cabo na mão.

Corri pra tirá um pasto

Pras mão não voltá abanando

E a foice fui acarcando

Numa tocera criada

Quando vi toda enrroscada

A cruzeira do meu lado

“corpo veio esgalapado”

Pobre cobra congelada.

Mais eu sô um gaúcho taura

E conhecedor da lida

Que prá toca sua vida

Improvisa de montão

Carniei galo, boi, leitão

Pra não ficá engatado

“Corpo veio esgalepado”

Que tem bóia inté o verão.

Tabajar Carvalho
Enviado por Tabajar Carvalho em 28/08/2013
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