Milonga de minha alma
Toco pelo beiral do galpão
Magoas que vieram do coração
Saudosas coplas traduzidas
Pra dentro do bojo em alma e vida.
Toco pra os passarinhos que vem
Pousar na ramada também .
Que me fazem costado em um canto
Livre das vozes dos campos e matos.
Toco solito em meio as flores do campo
Que brotam ao seu tempo.
Deixando a seiva da terra pra em cor
Eclodirem em forma de flor.
Sei que as notas as vezes desparelhas
Surgidas e escondidas em meio as minha encilha
Falam junto ao canto dos pássaros
Pelas cordas de sonhos e lamentos que mal comparo
A este bojo que corpo parelho vai moldando
Meus segredos mais bem guardados e dando
Aos ouvidos do campo levarem o que dedilho
Por estas cordas deste meu pinho.