Rio Grande de Maravilhas

Iraí das águas termais

Como te apresentas hoje?

Vieste sem rédeas ou bucais

De Vacaria foste o ultraje

Já que nem Bento foi a pé a Garibaldi

Tampouco o frio no nome Veranópolis

Frederico me viu empunhando a espada

Que longe se foi, daqui ao Chuí

De tempos em tempos, me lembra Granada

O Hamburgo novo ao pé do monte me brinda

De aconchego morno que fiz por Ivoti

Me assustando em rastilho não-me-toque

Quando fui chegando lá na banda de Itaqui

Cercado em res, como num padoque

Ah , és como os doces de Pelotas

Ou como o porto de Rio Grande

Lá pelo sul da província

Enfim são Lourenço sorriu

Ou pela lagoa me obriga

De plena luz e fadiga

Camaquã me mentiu

E o Jaguarão vivente

Justo naquela nascente

Tornaste em punho morretes

Cerrados naquela corrente

Ao sabor de Mostardas e Tapes

Abençoados por Santa Maria

Deitado sobre o manto Soledade

Que me perdoe Portela

Pois o norte pouco vi

Mas me refiro por aqui

Como Marau de vertentes

E Passo Fundo na areia

Enfim, a minha sereia

Em Anta Gorda que cerco

Mesmo de longe sou missioneiro

E São Miguel me protege

Enfim, de todo herege

Que ouça o meu cancioneiro

Por hora sou Alegrete

Desde Santiago a Cachoeira ou Panambi

Ou por todos os triângulos daqui

Estampado em um simples piquete

Andarei apenas mais Três Passos

E Nova Prata irei encontrar

E se meu sonho enfim falhar

Lagoa Vermelha vai me restar

De refúgio em cerne de Tapera

Em Encruzilhada irei estar

Subirei em Morro Redondo

Com o Rosário do Sul que empunho

Embevecido do Herval que me toma

Farroupilha em Flores, na cunha de Cristal

É mais do que meu coração possa suportar

Tanto amor contido a Cerro Largo

É o Vale do Sol, lá do alto

Impulsionando a patrulha de amar

Chuvisca enfim o Triunfo de Sepé

Sobras da Restinga Seca que deixei

Me quedo então a Piratini

Já que a Vitória desse palmar é nossa

E nos pagos da Santa Cruz chorei

Ah, me lembro apenas do Bom Jesus

Que estendeu o Gramado verde limpo de Torres

Por onde fiz Ronda Alta ali por Sarandi

E senti por fim o Eldorado em Lavras me esperar

Retilíneo e gentil, sob as sombras de Butiá...

***

Adam Poth
Enviado por Adam Poth em 19/06/2013
Reeditado em 19/06/2013
Código do texto: T4348631
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.