CAMINHO DO MEIO
Andei pelos quatro ventos,
Teatino que nem cigano,
Vivendo um mundo haragano
Busquei conforto e alento
Mas, ao invés de olhar pra dentro
Só via o mundo profano.
Num grande vazio profundo,
O peito virou tapera,
Abandonado que era,
Gaudério e vagabundo
Perdido por este mundo
Cansei-me de tanta espera.
Andei fazendo propostas
Há tantas filosofias
E outras ideologias
Que não me deram respostas,
Só me viraram às costas
Pras perguntas que eu fazia.
Sou da luta, sou teimoso,
Nunca paro e nem sossego
O talento que carrego
É ser paciente e curioso
E o bem maior e precioso
É a busca a que me entrego.
De repente uma centelha
De luz na minha vivência
Mostrou-me a impermanência
Da forma e do sentimento
E neste sublime momento
Despertei minha consciência.
Segui o compassivo Mestre
E ergui uma nova morada
Com a paz que encontrei na estrada
Busquei o Caminho reto
Num andar justo e correto
Nesta nova caminhada.
Acendi as lamparinas
Com a luz que tudo muda
E na Mandala do Buda
Fixei minha doutrina
O Darma que o mestre ensina
Dá méritos a quem estuda.
Adquiri nova encilha
Botei buçal, botei freio
Enfim, troquei todo o arreio
E enveredei noutra trilha
E olhando a estrela que brilha.
Segui o Caminho do Meio.