CAMINHO DO MEIO

Andei pelos quatro ventos,

Teatino que nem cigano,

Vivendo um mundo haragano

Busquei conforto e alento

Mas, ao invés de olhar pra dentro

Só via o mundo profano.

Num grande vazio profundo,

O peito virou tapera,

Abandonado que era,

Gaudério e vagabundo

Perdido por este mundo

Cansei-me de tanta espera.

Andei fazendo propostas

Há tantas filosofias

E outras ideologias

Que não me deram respostas,

Só me viraram às costas

Pras perguntas que eu fazia.

Sou da luta, sou teimoso,

Nunca paro e nem sossego

O talento que carrego

É ser paciente e curioso

E o bem maior e precioso

É a busca a que me entrego.

De repente uma centelha

De luz na minha vivência

Mostrou-me a impermanência

Da forma e do sentimento

E neste sublime momento

Despertei minha consciência.

Segui o compassivo Mestre

E ergui uma nova morada

Com a paz que encontrei na estrada

Busquei o Caminho reto

Num andar justo e correto

Nesta nova caminhada.

Acendi as lamparinas

Com a luz que tudo muda

E na Mandala do Buda

Fixei minha doutrina

O Darma que o mestre ensina

Dá méritos a quem estuda.

Adquiri nova encilha

Botei buçal, botei freio

Enfim, troquei todo o arreio

E enveredei noutra trilha

E olhando a estrela que brilha.

Segui o Caminho do Meio.

Dilson Gimba
Enviado por Dilson Gimba em 28/05/2013
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