CARNAVAL DE CINZAS

Bate tambor,

E o negro disfarça,

Disfarça a tristeza,

De sentir tanta dor.

Geme a cuíca,

E a alma do negro,

Mas, mostra um sorriso,

Que é para ninguém notar.

Vibra o pandeiro,

E o negro, as pernas,

E as cordas desafinadas,

Do seu coração.

É carnaval,

É alegria,

Quanto sorriso !

Quanta orgia !

Canta o negro,

Samba no pé,

Mas, seu espírito,

É canto sem fé.

Cai serpentina,

Embranquecendo o cabelo,

Batuque de bamba,

No bom samba-enredo.

Toca viola,

São gritos de amor,

Negro só ouve,

Lamentos de dor.

É carnaval,

É alegria,

Mas, para o negro,

É só fantasia.

GESSIMAR GOMES
Enviado por GESSIMAR GOMES em 14/05/2013
Código do texto: T4291129
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