Olhos
Olhos
Fartos de amor são plenos
São cheios, alheios, repletos
Transbordantes de calor
São espelhos e reflexos de luz
Que tudo desnuda
Transmutam e transcendem...
São o cedo, o cedo mesmo
São o amanhecer no anoitecer
São infinitos no prometer
São profundos no acontecer
São perenes no presente
São suaves, brilhos da face.
São o iluminar do futuro
Fechados, é o escuro do passado
Expressam os inícios e os fins
Dos amantes são as lentes
Refletindo os sentimentos
Nos carentes, aliam-se às tristezas.
Da traição são cúmplices
Das emoções os indícios
Da alma o ninho
Das crianças a ternura
Do amor o carinho
Da dor o abrigo.
Das estrelas inimigos
Do sol vivem escondidos
Da lua o aliado
Da morte o exílio
Da vida o imensurável
Do eterno universo.