Na lembrança do teu olhar moreno
Trago dentro do peito poemas que guardei
Pelos caminhos que onde parei ou cruzei.
Alguns nasceram mais puros que o céu
Outros nasceram e morreram debaixo do chapéu.
Mas de todos eles por viverem dentro de min
Nasceram pra não ter, nenhum fim...
Por quieto... A minha alma hoje é mais serena
Sofrena pelo olhar mais puro de ti pequena.
Assim pelo rumo dos tempos em caminhos de lida
Fui tocando por diante com esporas de andejo a vida
Fazendo coplas, ao dessabor do vento viageiro
Por ser andejo, das estradas em meu olhar pataqueiro.
Sei que é um poema de campo nascido entre as cruz
De um potro, mas mostra toda a minha alma em luz
Que um dia embriaga em magoas pelos potreiros se foi
Acolhendo pelo poente sumindo nos gritos de eira boi.
Colhendo pelos caminhos solitos de restos penas.
Sorvendo amores baratos em bocas de outra morenas.
Deixando pra hoje entregar, minha alma andeja
Pra ti sem medo ou quem quer não veja.
Por poema em poema, faço doando minha alma
Pelas horas silenciosas que lembro de ti em calma
Em que me acalanta sonhos pelo gosto do mate bueno
Nas coplas mais sinceras por este teu olhar moreno.