De tarde

Assim foi a tarde, batendo estribo com esperas que se foram

Por diante deixei a estrada me governar pelas pernas dos freio.

Sai pelo rumo que me levou há muito tempo pela quichá

Dos horizontes sem medo do cruzo das tropas e sem parar rodeio.

Deixei um poncho debaixo dos pelegos pra cause precisasse

Pra fazer um algum sonho pampa em floreio.

Na minha pilcha reservada pra tarde vi pelo horizonte

Dos teus olhos em luz em cor de vida me dando a guarida,

Em meu lugar onde cruzei com tropa por pão e pila

Cruzando solito pelas precisões das voltas da lida.

Ali do teu lado sonhei novamente lembrando-se das coisas

Que fiz pela vida contando pra tua alma florida.

Meu céu de invernadas onde molhei meus olhos de campo

Troteando firme pelas cruzes desta potradas campo afora.

Deixei sonhos perdidos por este corredor tocado por diante

Rasgando minha alma vida e sonhos afora.

E quando cruzei ao tranco do teu lado em flor sem

Anseios de lida ou de sonhos que deixei presos as esporas.

Fui contigo de tiro pela cruz de um potrilho mais manso

Enquanto pelo teu olhar em luz ao ver meu mundo de campo.

Por o mesmo corredor que deixei o sal dos olhos no chão

Virando mundo em quarto de rondas em outros tempo.

Onde me perdi nos clarões de luna minguante enfrenando solito

Agora cruzando por ali mirando teu olhar mais limpo.

Fiquei num reponte de um sorriso na minha estampa fechada

Deixei pelo teu olhar as coisas que sei e que vaguei por este corredor.

Tocando cavalos e sonhos por diante depois dos sois

Na sina de campo por ser ter nascido solito e esporeador.

E na tarde de céu claro cruzo com teu costado batendo

Estribo sem ser com a lua sendo do teu lado linda flor.

Ginete
Enviado por Ginete em 09/12/2012
Código do texto: T4027139
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