Pra Bia
Pra Bia
Eu via o que os meus olhos viam
Cores novas, retocadas, diferentes
O encanto me revisitava, e
as palavras não pararam de ser faladas.
Inquietas, contavam o que aconteceu pelo tempo
que não nos vimos, no tempo que sumimos.
Versos, passos, traços, trapos, filhos, mãe,
casamentos, julgamentos,separação,
equitação, violão, lugares e nossas mãos...elas não se tocaram.
Eu via o que os meus olhos liam
As vezes uma leitura labial,
outras vezes uma leitura gestual.
E as palavras não paravam de ser faladas.
Resumiam o passado,.
falavam do presente, retratos, fatos, fotos
futuro, o momento, trabalho, o acaso, a fé,a religião,
o gosto do gosto, torço, o time, e nossas mãos...elas não se tocaram.
Eu via o que meus olhos queriam.
Brindava e bebia os goles da noite,
os goles de outras noites com a mesma companhia,
de outros sonos ,desejos, beijos.. mas a noite está fria
e preciso de um abraço.
Eu via o que meus olhos conheciam
Um rosto mais mulher, o corpo de loba amazona,
a voz serena de sorriso breve,
a pele branca que contrasta com a minha,
o passo curto, tranqüilo.
Eu sentia tudo o que via, e nossas mãos...elas não se tocaram.
Eu vi, ouvi, revi,li e soube
o que eu não sabia.
O que se passou nos findados e distantes dias.
O tempo parou, ficou oco e não ecoou.
Dores, sabores, o amargo, o doce, a alegria,
estavam juntos no prazer do reencontro naquela
noite cheia de magia, que se enfeitava com Bia.
Paulo Mauricio