Pra Bia

Pra Bia

Eu via o que os meus olhos viam

Cores novas, retocadas, diferentes

O encanto me revisitava, e

as palavras não pararam de ser faladas.

Inquietas, contavam o que aconteceu pelo tempo

que não nos vimos, no tempo que sumimos.

Versos, passos, traços, trapos, filhos, mãe,

casamentos, julgamentos,separação,

equitação, violão, lugares e nossas mãos...elas não se tocaram.

Eu via o que os meus olhos liam

As vezes uma leitura labial,

outras vezes uma leitura gestual.

E as palavras não paravam de ser faladas.

Resumiam o passado,.

falavam do presente, retratos, fatos, fotos

futuro, o momento, trabalho, o acaso, a fé,a religião,

o gosto do gosto, torço, o time, e nossas mãos...elas não se tocaram.

Eu via o que meus olhos queriam.

Brindava e bebia os goles da noite,

os goles de outras noites com a mesma companhia,

de outros sonos ,desejos, beijos.. mas a noite está fria

e preciso de um abraço.

Eu via o que meus olhos conheciam

Um rosto mais mulher, o corpo de loba amazona,

a voz serena de sorriso breve,

a pele branca que contrasta com a minha,

o passo curto, tranqüilo.

Eu sentia tudo o que via, e nossas mãos...elas não se tocaram.

Eu vi, ouvi, revi,li e soube

o que eu não sabia.

O que se passou nos findados e distantes dias.

O tempo parou, ficou oco e não ecoou.

Dores, sabores, o amargo, o doce, a alegria,

estavam juntos no prazer do reencontro naquela

noite cheia de magia, que se enfeitava com Bia.

Paulo Mauricio

Paulo Mauricio
Enviado por Paulo Mauricio em 30/11/2012
Código do texto: T4013185
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